Nova gasolina: tudo o que você precisa saber

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No início deste mês, uma nova gasolina começou a ser produzida no Brasil, com especificações definidas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). 

Agora o combustível tem que obrigatoriamente apresentar densidade mínima de 715 kg/m³ e octanagem 92, de acordo com a metodologia RON — já a gasolina premium deve ter no mínimo octanagem RON 97. Mas, na prática, o que isso significa? 

1º) com relação à densidade: antes não havia uma massa específica para a gasolina e agora o litro tem que pesar pelo menos 715 gramas. Como a maioria dos solventes usados para adulterar a gasolina tem densidade inferior, a nova regra irá complicar a vida de quem “batiza” a gasolina”. 

Além disso, quanto maior a densidade, maior é a eficiência e menor é o consumo. A mudança então fará com que os veículos circulem mais com menos combustível.

2º) com relação à octanagem: octanagem é o número de octanas que a gasolina pode ter. Quanto mais octanas, maior a resistência de detonação dentro do motor e mais desempenho. A Petrobras alega que esse novo padrão de octanagem (e que irá subir para 93 a partir de 2022) é mais adequado às tecnologias de motores mais recentes.

Todas essas formulações aproximam o combustível brasileiro do padrão vendido nos mercados da Europa e dos Estados Unidos. Mas fique tranquilo, o motor do seu veículo não vai precisar passar por qualquer ajuste para consumir a nova gasolina brasileira. A central eletrônica vai perceber a melhora da gasolina e seu carro simplesmente terá melhor desempenho e menos consumo.

Mas calma, as mudanças ainda não estão valendo!

Não é porque a produção começou em 3 de agosto que você já está abastecendo com a nova gasolina. O mais provável é que não esteja. Isso porque a ANP deu 60 dias para as distribuidoras e 90 dias para os postos esgotarem seus estoques. 

Ou seja, somente a partir de 3 de novembro é que, com certeza, seu carro estará consumindo gasolina nova. E nós sabemos a pergunta que está rondando sua mente: o preço vai aumentar? Vamos esclarecer essa e outras dúvidas com mitos e verdades. Acompanhe.

A nova gasolina deixa o motor mais potente

Mito. Ela não proporciona potência ou torque acima dos valores informados pela montadora do veículo. O que acontece é que o combustível irá acarretar em um funcionamento mais uniforme dos motores e as montadoras podem desenvolver motores sem necessidade de fazer adequações para o combustível local.

Com a nova gasolina é mais fácil identificar adulterações

Verdade. A adulteração poderá ocorrer, mas a ANP terá mais facilidade na fiscalização. Com o densímetro, os fiscais vão conseguir medir a densidade no posto de forma bem rápida. 

Além disso, será possível ao motorista conferir se a nova exigência está sendo cumprida. Todos os postos terão que disponibilizar o medidor para testagem da densidade da gasolina a pedido do consumidor. Se o densímetro indicar valor abaixo de 715, o combustível está alterado.

Nova gasolina reduz o consumo

Verdade. A nova formulação vai proporcionar uma redução de até 6% no consumo de gasolina.

O preço da gasolina vai aumentar

Mito — mas com ressalvas. A Petrobras informou que a nova especificação da gasolina realmente é mais cara de produzir, mas não haverá reajuste. Inclusive há a alegação de que a nova gasolina já está disponível em muitas bombas desde o início do ano.

No entanto, apenas a partir de 3 de novembro é que teremos certeza se o preço irá aumentar — ou não.

Até lá, continuamos acompanhando todas as novidades relacionadas ao setor automotivo!