Carros: o que fazer em caso de alagamentos

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Como os dias quentes começam a predominar de novembro em diante, já são esperadas aquelas chuvas torrenciais de final de tarde e que se estendem até a madrugada. Não é raro, portanto, ocorrerem situações de alagamentos em vários pontos da cidade. Nessas horas, o que fazer com o seu carro?

A primeira recomendação é evitar sair às ruas durante – ou logo após – as tempestades, mas às vezes isso é inevitável. Ou pode acontecer de ser pego de surpresa pela chuva torrencial durante o trajeto.

Nesses casos, o ideal é manter a calma e não atravessar trechos alagados. Afinal, essa operação é sempre arriscada. Por isso, o melhor a se fazer é procurar as regiões mais altas, evitar passar por áreas com histórico de alagamentos e aguardar. A água desce tão rápido quanto sobe.

Contudo, se infelizmente não for possível desviar, há alguns cuidados que podem ser adotados para segurança dos passageiros e que minimizam os danos aos veículos:


  • Desligue o ar condicionado, para evitar que seus componentes joguem água na tomada de ar do motor. 

  • Mantenha uma boa distância com relação ao veículo que estiver na frente para avaliar a profundidade do alagamento e evitar pegar “ondas”. A maioria dos fabricantes estabelece uma altura máxima de água, não podendo ultrapassar a metade das rodas. Se o nível exceder o recomendado, é melhor deixar o carro e rebocá-lo. 

  • Se for possível a travessia, coloque na primeira marcha e mantenha o motor em rotação média e constante.

  • Se o câmbio for automático, mantenha na posição 1 para evitar troca de marcha. Alguns carros oferecem um ajuste de tração cuja função é garantir segurança em trechos de baixa aderência como neve e lama. Se esse for o seu caso, use o recurso em caso de alagamentos.



Cuidado com a velocidade


Não deixe que o nervosismo e a vontade de sair logo do alagamento dominem a situação. Ao cruzar o trecho alagado, dirija em baixa velocidade, mantendo uma rotação maior e constante do motor.

A medida evita a formação de ondas e faz com que a água não entre na admissão do motor – ou que os componentes se molhem. Além disso, também mantém a aderência com o solo.

Mantenha a calma. Se perceber que precisa de esforço para esterçar a direção ou notar alguma variação das luzes no painel, reforce a cautela e continue a dirigir com o menor número possível de equipamentos ligados. Assim que conseguir cruzar o trecho alagado, pise no freio por várias vezes para que recuperem a eficiência e só depois eleve a velocidade.


Mas e se o motor morrer?


Se o motor morrer durante o trecho alagado, é porque provavelmente entrou água no coletor de admissão. Nesse caso, se insistir no arranque, pode provocar o calço hidráulico e perder o motor. Portanto, jamais tente dar a partida novamente.

O recomendado nesse caso é manter o veículo desligado e, somente quando as águas baixarem, rebocar o carro até a oficina.

Faça um check-up


Se conseguir passar pelo trecho alagado, certifique-se que não há cabos de energia soltos antes de sair do veículo. Apesar do carro ser um local seguro em caso de descargas elétricas, os passageiros podem ser eletrocutados assim que pisarem no chão. Aqui demos algumas dicas sobre o que fazer.

Após se certificar de que é seguro descer do carro, dê uma olhada geral na parte inferior para checar se lixo e resíduos comuns nas enchentes não estão enroscados. Depois, leve o veículo para fazer um check-up.

Pode ser que haja possíveis alterações do sistema de injeção eletrônica e também é comum entrar água nos faróis. Sempre é bom prevenir para que não haja dor de cabeça futura com maus contatos.

Limpeza geral


Para evitar odores com o passar do tempo, mantenha o carro aberto por alguns dias. Além disso, retire tapetes e carpetes molhados e seque-os ao sol. Há empresas especializadas em higienização que podem fazer um serviço mais completo.

E se meu carro ficou danificado?


Quando se fala em alagamentos, a probabilidade de que o carro seja danificado é muito grande. Há casos em que é necessário abandonar o veículo na tempestade para procurar abrigo seguro e a água, a lama e o lixo podem danificar o automóvel, dificultando a sua recuperação.

Por padrão, as seguradoras cobrem danos por enchentes, mas há algumas exceções. A recomendação é que o motorista saia do veículo e salve sua vida. Se ele insistir em atravessar regiões alagadas, pode perder a cobertura do seguro. As seguradoras podem entender, portanto, que o segurado criou o risco e, por isso, são responsáveis pelos danos gerados no automóvel.

Para quem não tem seguro, os municípios podem ser responsabilizados por meio de uma ação judicial.

Como você pode notar, algumas medidas podem minimizar o risco de danos aos veículos, mas a melhor opção é realmente evitar passar por regiões alagadas. Portanto, fique atento aos temporais nesse verão!